1. Posicionamento entre o cliente e o servidor
Em um ataque MitM, o atacante precisa se colocar entre o usuário e o servidor web. Isso pode ser feito de várias maneiras, como:
Ataques em redes públicas: Se o atacante tem controle sobre uma rede Wi-Fi pública, ele pode interceptar as comunicações dos dispositivos conectados a essa rede.
Arp Spoofing (ou ARP Poisoning): No caso de redes locais, o atacante pode falsificar as tabelas ARP (Address Resolution Protocol) para redirecionar o tráfego da vítima para seu próprio computador, permitindo interceptação.
Redirecionamento de DNS: O atacante pode alterar as configurações de DNS para redirecionar o tráfego da vítima para um servidor controlado por ele.
2. Forjamento de Certificados SSL/TLS
O principal obstáculo para um ataque MitM em HTTPS é o SSL/TLS, que criptografa a comunicação entre o cliente e o servidor e assegura que o servidor é quem diz ser. Para contornar isso, o atacante pode:
Instalar um certificado SSL/TLS falso: O atacante pode forjar um certificado de autoridade (CA) ou usar uma CA falsa para criar um certificado SSL/TLS que o navegador da vítima aceitará como legítimo. Isso permite que o atacante desencripte e leia a comunicação criptografada, mesmo que o tráfego pareça estar seguro.
Ataques de engenharia social: Em alguns casos, o atacante pode enganar a vítima para que instale um certificado raiz falso no dispositivo, permitindo a interceptação do tráfego criptografado.
3. Interceptação e Modificação do Tráfego
Uma vez que o atacante tenha posicionado sua máquina entre o cliente e o servidor e tenha forjado um certificado SSL/TLS, ele pode:
Descriptografar a comunicação: O tráfego HTTPS será criptografado entre o cliente e o atacante, e entre o atacante e o servidor, permitindo que ele veja e modifique os dados em trânsito.
Alterar os dados transmitidos: O atacante pode modificar requisições HTTP, respostas de servidores e até injetar código malicioso nas páginas da web antes que elas cheguem ao cliente. Isso pode resultar em uma série de ataques, como injeção de malware, phishing, ou roubo de informações sensíveis.
Ferramentas usadas para ataques MitM
1. Wireshark
Wireshark é uma ferramenta de análise de tráfego de rede que pode ser usada para capturar pacotes de dados em uma rede. Em um cenário MitM, o atacante pode usar o Wireshark para capturar o tráfego criptografado (caso tenha acesso à chave privada ou ao certificado falso). Embora o Wireshark por si só não seja capaz de descriptografar tráfego HTTPS sem a chave, ele pode ser útil para interceptar pacotes de dados, coletar informações sobre o tráfego e analisar as requisições HTTP/HTTPS antes e depois da criptografia ser aplicada.
2. Burp Suite
Burp Suite é uma ferramenta de segurança amplamente usada por testers de penetração para realizar auditorias de segurança em sites. Ele pode ser configurado como um proxy interceptador, o que significa que ele pode interceptar e modificar tráfego HTTP/HTTPS entre o navegador da vítima e o servidor web. O Burp Suite também pode ser configurado para usar um certificado SSL/TLS falso, permitindo ao atacante visualizar e modificar o tráfego HTTPS, o que é útil em testes de penetração.
3. Mitmproxy
Outra ferramenta popular para realizar ataques MitM é o mitmproxy, que é um proxy HTTP/HTTPS interativo que permite aos usuários interceptar e modificar tráfego em tempo real. Ele pode ser usado tanto em ataques MitM reais quanto em testes de segurança para verificar a robustez de uma rede contra esse tipo de ataque.
4. Ettercap
O Ettercap é uma ferramenta de ataque MitM que é frequentemente usada para realizar ARP poisoning e outros tipos de ataques em redes locais. Ele pode ser usado para interceptar tráfego HTTPS em redes não seguras, permitindo que o atacante visualize ou altere o conteúdo criptografado.